Sempre tive uma idéia meio maluca de que, se tocasse ou segurasse a mão de uma pessoa, estaria ligada a essa pessoa e todas as outras pessoas com as quais ela tivesse tido contacto. Coisa assim, como um elo de união.
Essa mania de olhar os fatos de um diferente prisma ficou mais forte depois de ler o “ Memórias de Adriano” de Marguerite de Yourcenar, muitos anos atrás.
Essa mania de olhar os fatos de um diferente prisma ficou mais forte depois de ler o “ Memórias de Adriano” de Marguerite de Yourcenar, muitos anos atrás.
( Capa do livro )
Gostei muito do livro e pensando nele, me deu vontade de relê-lo.
Adriano viveu no século 2. É retratado como um governante ideal:
Cultor do classicismo grego, protetor das artes e político preocupado com a vida do seu povo e dos escravos.
Adriano viveu no século 2. É retratado como um governante ideal:
Cultor do classicismo grego, protetor das artes e político preocupado com a vida do seu povo e dos escravos.
( Adriano - Imperador)
O livro “ Memórias de Adriano” começa na juventude do personagem e termina próximo da sua morte.
A obra dá-nos uma panorâmica do mundo romano da época, dos costumes, leis, tradições e também das relações entre o Império Romano e os outros povos.
Um dos personagens importantes no livro é Antínuo, jovem grego de grande beleza, que foi protegido de Adriano.
No final do livro estão notas com alguns comentários da autora. Ela fala na passagem do tempo e que a distancia entre nós e o passado é uma coisa muito relativa.
(Moedas cunhadas no tempo de Adriano)Transcrevo a seguir um dos comentários de Marguerite Yourcenar:
“ Experiências com o tempo: Dezoito dias, dezoito meses, dezoito anos, dezoito séculos. Sobrevivência imóvel de estátuas que, como a cabeça de Antínoo, no Louvre, vivem ainda no interior desse tempo morto O mesmo problema considerado em termos de gerações humanas; uma cadeia de duas dúzias de mãos descarnadas, não mais de vinte e cinco velhos bastariam para estabelecer um contato ininterrupto ente Adriano e nós.”
( Vila Adriana)“ Experiências com o tempo: Dezoito dias, dezoito meses, dezoito anos, dezoito séculos. Sobrevivência imóvel de estátuas que, como a cabeça de Antínoo, no Louvre, vivem ainda no interior desse tempo morto O mesmo problema considerado em termos de gerações humanas; uma cadeia de duas dúzias de mãos descarnadas, não mais de vinte e cinco velhos bastariam para estabelecer um contato ininterrupto ente Adriano e nós.”
Que fantástico, pensei eu. Estamos tão perto do tempo do Império Romano e nunca havia me dado conta disso! A gente chega a se arrepiar!
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Alguns anos atrás eu visitei um famoso Museu e nele dei de cara com uma grande pedra com inscrições misteriosas. Aquela pedra tinha vindo de Ur, a cidade dos Caldeus da antiguidade. Talvez até o próprio Abraão, que lá morava, tivesse um dia tocado nesta pedra!
Eu me lembro que na hora senti um calafrio ao reconhecer que estava frente a frente com um marco dos primórdios da História Bíblica!
Não resisti e de leve toquei nela pensando: agora estou conectada com as pessoas de uma cidade que existiu há muito, muito tempo atrás. O ato de eu tocar na pedra criou um elo com o passado.
São essas coisas e lembranças que tornam o dia a dia da gente mais interessante, vocês não acham?
Um abração da Vovó Moina
vovomoina@gmail.com
( ilustrações:Google Wikipedia)
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