sábado, 28 de fevereiro de 2009


Este é o Prince. O primeiro amiguinho do Charlie neste blog. Benvindo Prince



Os Beagles são cãozinhos muito fofinhos. Já tivemos um! O nome dele era Charlie e era muito fujão. Gostava de passear e cheirar tudo. Não podia ver portão aberto que logo saía correndo para a rua.
O Charlie era um cachorrinho gourmet que tinha predileção por alguns tipos de ração e odiava outros tipos. Não era qualquer uma que servia.
Certa vez, durante o inverno, resolvi pingar algumas gotinhas de óleo Mazola sobre a ração seca. Ele gostou tanto que nunca mais quis comer a ração de outro jeito.
Sempre que eu aparecia com o seu prato de comida, ele ficava espiando. Queria ver se numa das mãos eu trazia a lata de óleo. Era esperto demais. Também tinha um grande defeito: não podia ver portão aberto que logo fugia. Era tão rápido que a gente nem chegava a ver para que lado tinha ido.
Foi lembrando dessa sua mania de escapulir que eu escrevi um outro livro, o Tóbi. Este livro tem uma novidade, pois pode ser lido tanto em português ou em inglês mas o relato da fuga é o mesmo nos dois idiomas.
A foto que coloquei acima é do nosso Charlie. Bonitão, no acham?


Vamos falar de gatinhos?

Hoje eu vou falar sobre uma gatinha, que há muitos anos atrás nos adotou. Veio como quem não queria nada e foi ficando até que virou parte da família. Um dia desses, eu vou contar a história completa de como tudo aconteceu.
Também cheguei a escrever uma história contando a vez em que ficou com ciúmes de um outro gatinho. Está tudo no meu livro “Tato” Hoje só quero mostrar uma foto dela.
Você tem um gatinho? Qual o seu nome? Estou curiosa para saber. Conta para mim.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Restaurante Boca Livre

Durante muitos anos moramos num apartamento e eu pouco conhecimento tinha de pássaros. Como o nosso ap. ficava muito no alto, nada que voasse subia até lá. Nem mosquitos. Os únicos alados que algumas vezes entravam pela janela em noites de chuva eram os morcegos. Um pouco assustador acordar com o seu flop, flop, flop fazendo vôo rasante em cima da gente.

A invasão dos quirópteros acontecia tão seguidamente que já tínhamos um plano para resolver o assunto. Depois de conseguir pegar o invasor, ele era enviado de volta para a noite e nós, fechando a janela, voltávamos a dormir.


Quando nos mudamos para uma casa com quintal, comecei a notar os pássaros. Havia sabiás, tico ticos e bem-te-vis por toda a parte. Vinham e tomavam água no bebedouro do nosso gatinho.
Um dia eu surpreendi um deles tentando tomar banho naquela água. Falei para o meu marido:
– Precisamos arrumar uma banheira para eles! O gato já está ficando ofendido, pois os malandrinhos já tomaram conta do bebedouro.
Ele concordou comigo e logo providenciou um recipiente maior onde pudessem caber dois ou três sabiás, ao mesmo tempo.
A banheira foi sucesso imediato. Começaram a surgir passarinhos de todos os tipos e todos queriam beber água e tomar banho. Notei então uma coisa muito interessante: Mesmo com a banheira grande daquele jeito, não ficavam juntos dentro da água. Tinha que ser um de cada vez.
Enquanto um deles se banhava e espadanava água para todos os lados, os outros ficavam à espera , como se num fila, aguardando a sua vez. Logo que um banhista saía da água, entrava o seguinte.





Nós gostávamos de ficar apreciando os pássaros tomando banho. Eles seguiam o seu ritual sem prestar nenhuma atenção na gente.


Um dia, eu comprei algumas bananas e elas estavam amadurecendo depressa demais. Resolvi fazer uma experiência. Coloquei uma banana dentro de um pratinho, daqueles de plástico, para plantas e pendurei num galho da árvore.
Foi um tremendo sucesso. Nunca vi tanto passarinho querendo comer banana. Deu até briga e até voaram algumas penas do meio da confusão. Depois, sempre que sobrava um pedaço de mamão maduro, lá ia ele também para o prato dos pássaros. Mais tarde descobri que o abacate era, para eles, um verdadeira refeição gourmet. Por isso, todas as manhãs, eu procurava ter alguma fruta para os meus amiguinhos sabiás, bem te vis, sanhaços, gaturamos e muitos ouros que ainda nem sabia o nome.

Depois de um tempo cuidando dos grandes, notei que um tico-tico e um canarinho da terra bem amarelinho, estavam sempre espiando o prato sem comer nada. Os dois ficavam empoleirados no galho da árvore ao lado do alpendre, só me olhando.

Notei que se eu deixasse migalhas de pão, eles vinham comer.
Resolvi fazer um teste e comprei um pacote de painço. Peguei mais um dos pratos de plástico e coloquei as sementinhas. Foi o maior sucesso!
Sem perder tempo, o tico-tico trouxe a mulher enquanto o canarinho ia avisar o resto da sua tribo que tinha comida de graça. Num abrir e fechar de olhos, comeram tudo o que estava no prato. A idéia de um restaurante para pássaros estava lançada.
Depois de um tempo eu fiquei pensando: eu não quero atrapalhar a rotina dos pequeninos, dando comida a qualquer hora. Se eu fizer isso, eles vão ficar preguiçosos e não vão mais querer procurar comida por conta própria.
Então fiz o seguinte: colocaria a fruta, quando houvesse, na parte da manhã só para os pássaro maiores. Os menores, comedores de sementes, teriam seu horário de comer pelo fim da tarde. A hora era própria, pois assim iriam dormir de barriga cheia. Arrumei mais alguns pratinhos, coloquei tudo enfileirado na amurada do alpendre e quando estava tudo pronto, toquei uma campainha e me retirei para ver o que aconteceria.
Fiquei espiando de longe e vi quando o canarinho amarelo apareceu para examinar o repasto. Logo veio mais um seguido do resto da família. Quando vi, tinha até rolinhas. Todos comendo freneticamente!
A partir daquele dia o meu restaurante Boca Livre começou a funcionar a todo vapor. Eles já sabem que aqui na minha casa, sempre tem algo para comer. Quando se aproxima a hora, todos os pássaros da redondeza começam a se juntar na árvore. Se me atraso um pouco, já ficam nervosos enquanto esperam a chegada da comida.
O cardápio do Boca Livre é variado, pois além do painço ainda ofereço migalhas de pão, quirera de milho e aveia descascada. Sem esquecer que ao lado sempre tem um recipiente com água fresca, para matar a sede.

Ninguém pode comer antes de eu tocar a campainha. As rolinhas, as mais nervosas, ficam indóceis voando de um galho para outro, mas não vem enquanto eu não me retirar. O alegre som da sineta também serve para avisar os que estão longe e que o jantar está servido!
Hoje em dia nem sei quantas espécies freqüentam o meu restaurante Boca Livre, mas tenho notado que a quantidade das rolinhas aumentou muito como também os outros. São tantos que já perdi a conta.
Tenho muito carinho pelos coleirinhas. O canto deles é lindo demais. Já notei que são sempre os últimos a deixar o restaurante.
––-
Há um mês atrás, eu inaugurei uma filial do Boca livre. Fica no outro lado do quintal. Também já está criando uma boa clientela.

Alguém de vocês tem alguma história de passarinho para contar? Vamos trocar idéias? Estou esperando.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Quando meu marido se aposentou, resolvemos comprar um trailer. Foi assim que iniciamos uma temporada de viagens. Estávamos prontos para conhecer lugares diferentes.


No começo, fomos para um camping de praia.
Sempre é divertido chegar e ter que procurar um lugar para estacionar a nossa casa móvel. A seguir, providenciar ligações de água, luz e esgoto quando existe. Sempre leva um tempinho para a gente colocar tudo em funcionamento. Depois de tudo pronto, a gente entra na rotina do acampamento.
Sempre fui moradora de cidade e de repente estava morando no meio da natureza. Comecei a ver tudo com outros olhos.
Logo aprendi que não se deve fritar bifes dentro do trailer por causa da fumaceira e do cheiro que fica entranhado em tudo.
Nos dias de fritar bife, instalava um fogão ao ar livre e não me preocupava mais com fumaceira.


A vida entrou na rotina de férias.
A primeira coisa que me chamou atenção foram uns bichinhos muito engraçadinhos.
Estavam sempre correndo de um buraco do chão para outro, cavando túneis. Não atrapalhavam a não ser quando cavavam os túneis debaixo de nós, no meio da noite. Logo descobri que o nome deles era Preá, mas todo mundo os chamava de Tuco-Tucos. O nome tinha o mesmo som que eles faziam enquanto cavavam: tuc, tuc, tuc...
Fora os Tuco-tucos, havia pássaros para nos alegrar e muitos insetos para nos atacar. Não raro se corria o perigo de topar com enxames de marimbondos ou mosquitos, ameaça logo resolvida com repelente ou entrando no trailer e fechando a porta.

Pertinho de onde estávamos estacionados havia algumas árvores para pendurar redes. Era um lugar muito bom para descansar depois do almoço.
Comecei a prestar atenção num bando de Tico-Ticos que lá moravam. Eram tão mansos e amistosos que depois de um tempo, resolvi retribuir a amizade e lhes oferecer comida. Todas as tardes eu enchia um prato com fubá grosso de milho e colocava no chão, perto das árvores. Eles vinham aos bandos e gostavam.

Vendo a alegria dos tico-ticos e a bagunça que faziam, me deu vontade de escrever algumas histórias sobre eles.
Um dia, assisti ao sufoco de uma mamãe tico-tico tentando alimentar um enorme pássaro, que descobri ser um chupim. Decidi escrever um texto, com o título de O Filhotão para relatar como uma coisa dessas podia acontecer.
Assim, O Filhotão será a primeira historinha que vou contar nesse meu blog.
Aguardem!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O Filhotão

Dona Tico-Tico estava contente. Depois de dias e dias juntando gravetos, penas e pedacinhos de palha, o ninho estava pronto. Era um ninho feito com todo o capricho e muito confortável.

Seu Tico-Tico deu uma volta ao redor da obra e disse:
- Acho que está bom! Não precisamos trazer mais nada. Agora, minha querida, é com você. Pode ir botando os ovinhos. Não vou ficar longe. Se precisar de alguma coisa é só dar um pio! Depois de dizer isso, saiu voando...
A dona Tico-Tico resolveu inaugurar o novo ninho. Sentou e foi se acomodando até encontrar uma posição confortável.
Achou que estava muito bom mesmo.
Não demorou muito e logo botou um ovinho. Antes de começar a chocar, resolveu que ainda queria tomar um banho de areia, comer alguma coisa e beber um pouco de água. Assim, deixou o ovo no ninho e saiu voando. Em pouco tempo fez tudo que queria. Depois, dando trinados de alegria, voltou.
Logo ao chegar, levou um susto daqueles. Pensou que estava enxergando coisas demais!
- Chiiiiii - ela piou - acho que estou precisando de óculos!

- Tem dois ovinhos no meu ninho! Como foi que aconteceu uma coisa dessas?
- Será que eu estou ficando distraída? Vai ver que eu botei um ovo a mais e nem me dei conta! Que coisa mais esquisita!
- Em todo o caso, não posso perder tempo! Está na hora de começar a chocar meus filhinhos!

Assim foi pensado e assim foi feito. Com todo o cuidado, sentou-se sobre os ovos até cobri-los completamente com as penas.
Enquanto isso matutava:
- Vejam só! Como é que aconteceu eu botar um ovo tão grande? Bem maior que o outro?

Agora tinha que dar um jeito e chocar os dois.
Afofou as penas para manter o calor igual para os dois e resolveu tirar uma soneca.

Os dias foram passando e ela sempre chocando. Podia estar chovendo ou fazendo um sol de rachar que a dona Tico-Tico não arredava pé. Teve uma noite de temporal com fortes rajadas de ventos e muita chuva.
Ela quase que desanimou, mas pensou nos filhinhos. Por isso esticou as asas, mais ainda e cobriu o ninho. Escondeu a cabeça e assim, todos continuaram secos e abrigados.

Depois da noite chuvosa, o dia amanheceu com um belo sol. Não conseguira dormir nem um nadinha, mas agora, podia relaxar e aproveitar o calor gostoso do sol.

Já estava quase pegando no sono quando sentiu uma coisa muito esquisita. Algo estava acontecendo dentro do ninho e bem debaixo das suas penas!

Primeiro foi um créc, cric, cróc fraquinho, logo seguido de um tóc, tóc, tóc.

Era um filhote avisando que estava pronto para nascer!
Espiou debaixo da asa. A casca do ovinho menor deu um estalo, craaac, se partiu e o filhotinho apareceu! Murcho, amassado e sem penas. Logo que viu a mãe, abriu o bico para mostrar que estava com fome.

Dona Tico-Tico, deu um beijinho no bebê Tico-Tico e foi examinar o outro ovo, o grandão. Com aquele ainda não havia novidade.
Com um suspiro, concluiu:
- Este aí ainda precisa de mais um dia chocando - disse, e foi procurar comida para o pequenino que já estava com fome.
A casca do ovo grandão só se partiu na tarde do dia seguinte. Depois de muito créc, créc créc, rola para lá e tóc, tóc, tóc, rola para cá é que surgiu o filhote.

Era um filhote muito grande, o dobro do tamanho do irmão! Murcho, amassado e sem penas mas tinha um vozeirão! Logo abriu o bico e começou a reclamar! Não parava e ficava exigindo comida aos berros.
Começou a correria! Dona Tico-Tico não tinha mais sossego. Só o que fazia era buscar comida para os filhinhos.


Ia e vinha, para lá e para cá e o filhotão sempre reclamando. Parecia que nunca enchia a barriga. Quando chegava a noite, o pequenino já dormindo e o grandão continuava com fome!
Seu Tico-Tico ajudava a mulher, na busca de alimentos, mas estava ficando cansado. Achou que o grandão exagerava! Onde já se viu um filhinho Tico-Tico reclamar e comer tanto?
Comia por dois, dormia de roncar e estava ficando grande demais. Onde já se viu uma coisa dessas?
Papai Tico-Tico já estava perdendo a paciência! Gostava de ajudar a mulher mas, cá entre nós, que fome tinha este filhote! Mesmo assim, como era um bom pai, continuou a trazer comida para o filho, que nem cabia mais dentro do ninho!
Os filhotes aprenderam a voar e precisaram procurar comida por conta própria.
O grandão não quis saber disso. Preferia ganhar tudo no bico! Se a mãe estivesse por perto, começava a piar e reclamar. Ficava sacudindo as asas, arrepiava as penas e choramingando, pedia comida.

Um dia, dona Joana do Barro, foi visitar a família Tico-Tico. Viu como o casal estava esgotado tentando encher a barriga do filhotão.

Quando viu o tamanho da “criança”, deu uma boa risada e disse:
- Comadre, a senhora foi lograda!
- Lograda, eu? - perguntou dona Tico-Tico, enquanto botava mais comida dentro do bico do guloso.
- Lograda por quem?
- Por esse filhote! Ele está se aproveitando de seu bom coração. Não é nem seu filhinho. Ele é um Chupim !
- Deus, meu! Um chupim? Explica isso, dona Joana. Não estou entendendo.
Dona Joana disse
- A senhora lembra quando vocês dois estavam construindo o ninho? Um dia eu encontrei a dona Chupim por essas bandas... Ela ficou um bom tempo rondando a sua árvore, como quem não quer nada...

E Dona Joana continuou:
- Agora eu entendo porque ela rondava tanto por esses lados. Ela estava de olho! Queria botar um ovo no seu ninho para a senhora chocar!
- As donas Chupim são bem assim! Vivem fazendo isso.

Não resistem quando vêem um ninho, pronto para ser ocupado! É, elas são preguiçosas e não gostam de chocar!
- Ora vejam só, suspirou dona Tico-tico. Eu deveria ter desconfiado há mais tempo.
- Mesmo assim, não quero mal a esse filhotão. Não é culpa dele ter uma mãe tão irresponsável! Para mim, o grandão é meu filhote de verdade. Fui eu quem o chocou e fomos nos que o criamos. Gosto tanto dele como do outro, o pequenininho. Meu marido pensa da mesma maneira.

- Mas tem uma coisa que posso fazer agora: É mandá-lo procurar comida por conta própria. Estou exausta e preciso de férias.
Chamou o filhotão que saltitava alegremente de um galho para outro, disse:
- Vai filhote. Você está bem crescido e já sabe se virar sozinho. Quero me dedicar ao meu pequenino. Ele ainda precisa de mim.
- O filhotão Chupim entendeu o que a mamãe Tico-Tico estava dizendo. Na verdade, já se sentia pronto para conhecer novas paragens. Estava ansioso para partir.

Antes, mamãe Tico-Tico aconselhou:

- Vá conhecer o mundo, mas tome cuidado! Se algum dia, acontecer de passar aqui por perto, não esqueça de nos visitar, ouviu?
- É claro, mamãe. Eu virei visitá-la, sempre que puder.
– Mas por favor, meu filho, nem pense em trazer uma namorada - disse a mãe.
- Porque? – perguntou o filhotão. – Porque não posso ter namorada?
– Não! Não é nada disso, meu querido. Pode ter namorada sim. Mas não quero nem saber de ela chegar e botar um ovo no meu ninho, entendeu ?
- Um filho Chupim eu agüento, mas outro, nem falar...
O filhotão ficou rindo e prometeu:
- Isso eu não vou deixar acontecer. De jeito nenhum! Eu prometo, mamãe!
E sacudindo as asas, despediu-se, partindo em direção ao matagal.


Fim

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Agora vou falar um pouco de mim. Eu tenho 7 netinhos, sendo que 5 deles já cresceram e viraram netões. Só pensam coisas de gente grande.
Pelo menos sobraram ainda dois, mais novos e que ainda gostam de ouvir histórias.
Não moramos na mesma cidade e para falar a verdade, moramos bem longe uns dos outros. De todos eles. Felizmente existe telefone, internet e celular que tira foto, assim estamos sempre em contato.
Agora, quando os netinhos vem nos visitar, precisam viajar de avião, pois a cidade deles fica longe da nossa. A chegada deles é uma festa e todo mundo fica falando ao mesmo tempo, pois tem muita coisa para contar. É bagunçado mas legal, quando eles vem visitar.
Sempre que eu invento uma história nova, eles ficam sabendo, pois mando por e-mail. Quando uma história é publicada, então preciso mandar o livro pelo correio. Eles adoram receber correspondências pelo correio ainda mais quando os pacotes são endereçados a eles.
Poder contar histórias me deixa muito feliz. Se alguém quiser fazer parte da turma de netos que estou formando, é só enviar uma cartinha para o blog da Vovó Moina.
Até depois.
O bom de ser criança é que a gente tem todo o tempo do mundo para brincar e ouvir histórias. Sentar no colo da avó e ouvir uma bela historia, é muito bom! Quando eu era pequena esse arranjo nem sempre dava certo. Éramos muitos os primos e primas e todos querendo fazer o mesmo. Por isso a vó decretou rodízio de colo e todo mundo ficou satisfeito. Até que nem atrapalhava, pois sentados ao seu redor, dava para ouvir as histórias do mesmo jeito, mas um colinho até que tornava a coisa mais aconchegante.
Depois de terminada a história, íamos brincar e eu sempre queria ser a princesa.
Minha mãe também contava histórias na hora de dormir. Cada um já deitado na sua cama e sem dar um pio para não atrapalhar. Muitas vezes eu e meus irmãos pegávamos no sono antes da história terminar. Não tinha importância, pois sempre dava para ouvir numa outra vez.
Naquele tempo não víamos televisão porque ainda não tinham inventado essa maquininha mágica. Assim, nossas histórias estavam nos livros que ganhávamos no Natal.
Do outro lado da nossa rua, também havia crianças e a gente se encontrava todos os dias para brincar. Quando a gente se cansava de brincar e de correr, sentávamos debaixo da goiabeira que havia, num canto do quintal, para descansar. Também subíamos nela e, sempre que estávamos aboletados lá no alto, pediam que eu contasse uma das histórias que eu conhecia. Eu contava!
O sucesso era tão grande que prometi a mim mesma não deixar que essas histórias se perdessem e guarda-las para os meus netos, quando os tivesse.
Pois bem, agora sou uma avó. Com a invenção do computador e da Internet, tudo ficou mais fácil. Posso contar histórias mil, não só para os meus netos de verdade e sim para todos os que se interessarem.
Eu continuo gostando de ler, de ouvir e criar novas histórias. Já estava ficando triste pensando que ninguém mais no mundo se interessaria por elas quando um elfo, só podia ser coisa de elfo, com certeza, segredou-me uma palavra no ouvido: Internet!
Foi exatamente isso que aconteceu naquele dia enquanto eu olhava pela janela, vendo a chuva cair no jardim.
Internet! Era a resposta à pergunta que eu me fazia todos os dias: Para quem contar as histórias?
Entendi que, se eu tivesse um blog, poderia compartilhar tudo que escrevi. Poderia também contar outras tantas histórias que eu li e ouvi.
Depois de pensar bastante, resolvi aceitar o desafio.. A partir de agora, estou inaugurando um blog. Estou meio receosa, é verdade, porque ainda não sou lá muito mansa em blogs, mas
faço isso com muito carinho e com os braços bem abertos. Quero receber a visita de todas as crianças que se interessam por fadas, gnomos, historinhas de animais, e brincadeiras no blog da Vovó Moina.