terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Quando meu marido se aposentou, resolvemos comprar um trailer. Foi assim que iniciamos uma temporada de viagens. Estávamos prontos para conhecer lugares diferentes.


No começo, fomos para um camping de praia.
Sempre é divertido chegar e ter que procurar um lugar para estacionar a nossa casa móvel. A seguir, providenciar ligações de água, luz e esgoto quando existe. Sempre leva um tempinho para a gente colocar tudo em funcionamento. Depois de tudo pronto, a gente entra na rotina do acampamento.
Sempre fui moradora de cidade e de repente estava morando no meio da natureza. Comecei a ver tudo com outros olhos.
Logo aprendi que não se deve fritar bifes dentro do trailer por causa da fumaceira e do cheiro que fica entranhado em tudo.
Nos dias de fritar bife, instalava um fogão ao ar livre e não me preocupava mais com fumaceira.


A vida entrou na rotina de férias.
A primeira coisa que me chamou atenção foram uns bichinhos muito engraçadinhos.
Estavam sempre correndo de um buraco do chão para outro, cavando túneis. Não atrapalhavam a não ser quando cavavam os túneis debaixo de nós, no meio da noite. Logo descobri que o nome deles era Preá, mas todo mundo os chamava de Tuco-Tucos. O nome tinha o mesmo som que eles faziam enquanto cavavam: tuc, tuc, tuc...
Fora os Tuco-tucos, havia pássaros para nos alegrar e muitos insetos para nos atacar. Não raro se corria o perigo de topar com enxames de marimbondos ou mosquitos, ameaça logo resolvida com repelente ou entrando no trailer e fechando a porta.

Pertinho de onde estávamos estacionados havia algumas árvores para pendurar redes. Era um lugar muito bom para descansar depois do almoço.
Comecei a prestar atenção num bando de Tico-Ticos que lá moravam. Eram tão mansos e amistosos que depois de um tempo, resolvi retribuir a amizade e lhes oferecer comida. Todas as tardes eu enchia um prato com fubá grosso de milho e colocava no chão, perto das árvores. Eles vinham aos bandos e gostavam.

Vendo a alegria dos tico-ticos e a bagunça que faziam, me deu vontade de escrever algumas histórias sobre eles.
Um dia, assisti ao sufoco de uma mamãe tico-tico tentando alimentar um enorme pássaro, que descobri ser um chupim. Decidi escrever um texto, com o título de O Filhotão para relatar como uma coisa dessas podia acontecer.
Assim, O Filhotão será a primeira historinha que vou contar nesse meu blog.
Aguardem!

Um comentário:

  1. Adorei a história do trailer,bons tempos...me fez lembrar que eu e o Eduardo também "tiramos uma lasquinha" dele. Era realmente muito gostoso!
    bjus e siga em frente com o blog, sucesso!

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